Conheça os palestrantes e oficineiros do II Seminário de Flauta Doce da UFRJ

21/04/2018 00:36

Palestra 1: Produção de conteúdo sobre flauta doce para plataformas digitais

Nesta palestra, Alfredo Zaine discute formas de acesso ao conteúdo produzido sobre flauta doce na internet por meio de uma plataforma colaborativa – o lab.flauta, que é mantida por ele e pelo flautista Daniel Figueiredo.

Alfredo Zaine, flautista doce, é mestre em música pela Escola Superior de Música e Artes de Stuttgart (Alemanha). Realizou concertos na Itália, Holanda, França, China, Namíbia e Vietnã. Dentre as gravações que participou, destacam-se os álbuns Der Arme Konrad 1514 e Reformation in Württemberg, Lieder und Stimmen der Reformation, realizados a convite do Arquivo Estadual de Baden-Württemberg, e uma gravação das cantatas BWV18 e 71 de Johann Sebastian Bach para a rádio SWR2, de Stuttgart. Atualmente leciona flauta doce como professor substituto no Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista - Unesp.

 

Palestra 2: Os instrumentos de sopro na Ópera de Paris durante o século XVIII

O musicólogo Benoît Dratwicki aborda nesta palestra a evolução do tamanho e a organização da orquestra da Ópera de Paris desde os tempos de Lully até a Revolução Francesa. A questão dos instrumentos de sopro é particularmente significativa neste processo, considerando-se o desenvolvimento do estilo musical do barroco à era romântica.  

Historiador e teórico especializado em ópera francesa do século XVIII, Benoît Dratwicki é diretor artístico do Centro de Música Barroca de Versalhes (França) desde 2006. Estudou violoncelo e fagote no Conservatório de Metz e Musicologia na Universidade de Sorbonne, em Paris. É autor de várias publicações aclamadas pela crítica, tais como a primeira biografia conhecida do diretor da ópera de Paris, Antoine Dauvergne, e uma monografia sobre o compositor François Colin de Blamont. Preparou edições modernas de diversas obras barrocas, possibilitando que muitas delas fossem apresentadas ao público de hoje em produções atuais. Escreve regularmente notas para os encartes de prestigiadas gravadoras, tais como para a coleção de óperas francesas gravadas pelo grupo Concert Spirituel para o selo Glossa. Dentre os anos de 1996 e 2008, colaborou com o ensemble L’Astrée, do qual foi co-fundador, preparando um grande número de arranjos de composições históricas. Realizou ainda trabalhos semelhantes para a Orquestra Filarmônica de Bruxelas e para o grupo Le Cercle de l’Harmonie. Benoît contribuiu para algumas das mais relevantes co-produções internacionais que introduziram o público estrangeiro ao repertório histórico de regiões menos conhecidas da França, por meio de concertos, produções operísticas e gravações em CD e DVD.


Oficina 1: Música contemporânea para flauta doce

Em uma abordagem prática, o flautista David Castelo apresenta alguns recursos que fazem parte do conjunto de técnicas estendidas para flauta doce, explicando sua realização e de que forma é possível usá-los expressivamente no repertório. O compositor Liduíno Pitombeira complementa a oficina falando de sua produção para flauta doce e discutindo, junto a David, como adaptar algumas de suas obras não originais para o instrumento.

David Castelo é professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) e doutor pela Universidade Estadual Paulista (Unesp); graduou-se em flauta doce pela Faculdade Santa Marcelina (SP), na classe da prof. Isa Poncet. No período de 1998 a 2003, estudou no Conservatório Real de Haia (Holanda), orientado por Reine-Marie Verhagen e Peter van Heyghen. Nesta instituição obteve o "The Post-Graduate Certificate for Advanced Studies"; o "The First Phase Diploma" e o "The Second Phase Diploma" (Master’s of Music - Soloist Diploma), sendo, essa última, a mais alta titulação em performance dada a um instrumentista na Europa. Ao longo de sua formação, foi aluno regular de Valéria Bittar, Cléa Galhano e Sébastien Marq; e frequentou masterclasses com Hélcio Müller, Ricardo Kanji, Kees Boeke, Dorothea Winter, Hugo Reyne e Marion Verbruggen.

Tem trabalhado na criação e implementação de projetos culturais, destacando-se a Coordenação dos Colóquios de Música Antiga da Universidade Federal de Goiás (UFG), cuja primeira edição deu-se em 2009. Nos anos de 2015 e 2016, David Castelo foi convidado pela Yamaha Musical do Brasil para fazer o lançamento nacional das flautas soprano e contralto da linha ecológica (YRS-402B e YRA-402B).

Como professor e concertista, tem participado dos seguintes eventos: Festival de Música de Londrina, Paraná - 2007; Curso Internacional de Música de Brasília, 2009 e 2012; Festival de Música Antiga da UFRJ, Rio de Janeiro, 2012; American Recorder Society 2012 Festival, Portland (EUA); The Latin American Music Center Guest Series - Indiana University – (EUA), 2012 e 2013; Palestrante no Early Music Department (Royal Conservatory The Hague), Holanda, 2013; Festival Internacional de Música da UFG, Goiânia (GO), 2009, 2012 e 2013; I Mostra Internacional de Flauta Doce AULUS, Florianópolis (SC), 2013; I Seminário de Flauta doce da UFRJ, Rio de Janeiro, 2015; Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga de Juiz de Fora (MG), 2015 e 2017; III Festival Internacional de Música Barroca de Salta, Argentina, 2017; XXII Bienal de Música Brasileira Contemporânea, Rio de Janeiro, 2017.

Liduino Pitombeira (Russas-Ceará, 1962) é professor de composição da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É doutor em composição e teoria pela Universidade Estadual de Louisiana (EUA) onde estudou com Dinos Constantinides. Lecionou composição, orquestração e técnicas composicionais contemporâneas, de 2004 a 2006, na Universidade Estadual de Louisiana, onde já vinha atuando como instrutor bolsista desde 2001. Foi professor substituto de harmonia, contraponto e análise da Universidade Estadual do Ceará (1996-1998). Estudou composição e harmonia com Vanda Ribeiro Costa (1985-91), Tarcísio José de Lima (1985-88) e José Alberto Kaplan (1991-98). Durante doze anos (1986-1998) atuou como instrumentista e diretor musical do Syntagma, um grupo dedicado à performance e à pesquisa da música antiga e da música nordestina.

Suas obras têm sido executadas pelos mais relevantes grupos e orquestras brasileiras, bem como por renomados intérpretes estrangeiros. Recebeu importantes premiações em concursos de composição no Brasil, destacando-se o 1o Prêmio no I Concurso Nacional Camargo Guarnieri, por sua obra Suite Guarnieri, para orquestra de cordas, e o 1o Prêmio no Concurso Sinfonia dos 500 Anos, por sua tese de mestrado, Uma Lenda Indígena Brasileira, para orquestra sinfônica. Em março de 2004 recebeu, nos Estados Unidos, o prêmio “2003 MTNA-Shepherd Distinguished Composer of the Year” (Compositor do Ano) por seu trio com piano Brazilian Landscapes No.1. Mais recentemente, obteve em 2005 o 1o Prêmio no “Sigma Alpha Iota’s Inter-American Music Awards competition” com a obra Brazilian Landscapes No.2 para quinteto de metais, e em 2006 o 1o Prêmio no “Kean University competition” com a obra Brazilian Landscapes No.6 para quinteto de cordas. Suas obras são publicadas pela Edition Peters, Bella Musica, Conners, Alry, RioArte, e Irmãos Vitale.

Pitombeira vem tendo diversas obras gravadas regularmente desde 1997. Destaca-se em 2007 a gravação da Seresta No.15, para violoncelo, piano, soprano e percussão e da Sonata para violoncelo e piano No.1 no CD Seresta: Musik aus Südamerika, do violoncelista suiço Martin Merker. É membro da College Music Society, Society of Composers e Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música (ANPPOM). Suas pesquisas em composição e teoria musicais têm sido publicadas em diversos periódicos e apresentadas em diversos congressos no Brasil e no exterior.

 

Oficina 2: A flauta doce na música medieval

Neste encontro, Pedro Hasselmann Novaes fala sobre o surgimento da flauta doce na Idade Média, realizando na sequência uma prática musical coletiva de peças daquele período. A oficina é livre para ouvintes e aberta à participação de músicos de qualquer instrumento, mediante inscrição, com prioridade para os estudantes de flauta doce. No repertório proposto estão danças medievais e canções da coletânea espanhola Livro Vermelho de Montserrat.

Pedro Hasselmann Novaes vem consolidando sua carreira musical como multi-instrumentista, especialmente requisitado por grupos e projetos voltados para a música medieval, renascentista e barroca. Como bolsista do governo francês, estudou com o flautista doce Pierre Hamon no Conservatório Érik Satie, em Paris (1996-98), formando-se com o Primeiro Prêmio e Menção no concurso dos conservatórios desta cidade (1998), onde seguiu também os estudos no Centre de Musique Médiévale de Paris. No Brasil, foi aluno de Mário Orlando Guimarães e de Laura Rónai. Graduado em Licenciatura em Música (2003) e Mestre em Musicologia (2008) pela UNIRIO, com bolsa do CNPq, é doutorando pela mesma universidade. Foi professor de Flauta Doce e de História da Música no Conservatório Brasileiro de Música (2011-2015) e atuou como professor Substituto de Flauta Doce na UFRJ, onde lecionou nos anos de 2008, 2009, 2013 e 2016. Lecionou o instrumento em escolas, projetos, festivais e cursos livres.

Integra o conjunto de música medieval Atempo, com o qual gravou os CDs O Trovador da Virgem (distribuição Sono-Viso Vozes, 2001) e Estilo novo, nova arte, com patrocínio da Petrobras (2011). É membro também do Codex Sanctissima, grupo de música religiosa medieval e renascentista com o qual gravou o CD Rosa das Rosas (2014). Nestes grupos, toca flautas, gaita de foles e viela de arco, instrumentos com os quais também tem feito participações em concertos e gravações (CDs Sem mim, Grupo Corpo, 2011 e Annua Gaudia: a música do Caminho de Santiago, Conjunto Longa Florata, 1999).

Em 2015-16 participou como músico do projeto Sempre Seu, da Companhia de Dança Márcia Milhazes, e também de sua ocupação artística com Beatriz Milhazes no Espaço Oi Futuro do Flamengo. Seguiu participando da continuação deste projeto com o espetáculo Guarda-me (2017), cuja narrativa contemporânea é comentada com repertórios e instrumentos de época (da Idade Média ao Barroco), com apresentações nos SESCs do Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas e no encerramento do FESTIDANÇA de São José dos Campos (28ª Edição). Dentre seus trabalhos mais recentes estão a participação na XXII Bienal de Música Brasileira Contemporânea (FUNARTE, Outubro de 2017) e as gravações da trilha sonora da novela de época Deus Salve o Rei (Rede Globo, 2018).